terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

por uma vida mais leve

(imagem: google)

Uma inquietude de leão (ainda) manso, que insiste em aparecer, mas não consegue se organizar em pensamento. Sensação esquisita. Uma certa saudade de mim, talvez da criança que mora em mim (sabe o pequeno príncipe? Então...é por aí.) Umas vontades de mudança, uns sentimentos estranhos, um fechamento de ciclo e abertura de um milhão de possibilidades. Uma vontade de ver o mundo, mas um certo peso na bagagem. A gente cresce, as responsabilidades aumentam e a vida acontece. Os tempos mudam, as compreensões também. A paciência (talvez) melhore - ainda não sei. Ariana que sou, vou no ímpeto, abrindo caminho a força. Na tentativa de amansar os extremos, penso que entrei na roda gigante do mundo e esqueci de descer. Observo e fico triste com as escolhas de algumas pessoas (bem) próximas. Mas, o que se há de fazer se o caminho se trilha cada um por si?! Há alegria nisso também: os aprendizados, os bons exemplos e os nem tanto. Assim como há tempos não escrevo aqui, talvez também tenha esquecido muito de mim pelo caminho - ou dado importância demais ao meu dia-a-dia. Organizando agora as ideias em palavras (que formam imagens, tão importantes e singulares no meu modo de viver), vejo o quanto estou crítica, principalmente comigo mesma. Talvez eu tenha me cobrado demais. A vontade de fazer diferente de certa forma justifica isso. Mas tudo tem um limite. Hoje, uma mulher de pouco mais de 60 anos de vida estava conversando comigo sobre a importância da dança em sua vida. "Faço há 5 anos por recomendação médica", ela dizia. Não podia passar dos limites pela sua arritmia cardíaca causada pelo medo. Também não podia sair de casa a noite por medo. Um medo paralisador que só alcança alguma liberdade na dança. Achei a sensação familiar. Percebi que alguns medos passam também aqui dentro de mim (a gente cresce e parece que vai ficando cada vez mais medroso/a!). Sei exatamente suas causas e raízes e é preciso arrancá-las. Ainda não descobri como, mas como já escrevi - ou pensei - talvez esteja aprendendo a ser mais paciente. Hoje, também, assisti um filme e chorei até cansar. Havia esquecido como isso é bom também! Essa inquietude, de certa forma, me faz bem. É ela quem impulsiona em boa parte meu crescimento. É ela que não me deixa acomodar, é ela que me faz pensar e repensar mil vezes como melhorar. Mas, para além do pensar eu quero a calma e leveza de um dia de cada vez. De fazer o que der vontade (e for de bem!), de pensar menos e saber ouvir mais meu coração. De ter o prazer de contemplar o silêncio, o vento no rosto, de sorrir com uma risada de criança, de amar mais, independente do que a vida vai delineando. O ímpeto do leão e a leveza do coração. É. É isso.

(texto confuso como a velocidade de pensamentos por essa madrugada. 
música para dormir: http://www.youtube.com/watch?v=0k_1kvDh2UA)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

desistir?




Desistir?

Eu já pensei seriamente nisso, 
mas nunca me levei realmente a sério.
É que tem mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.

Cora Coralina

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

carta para Alice.

(imagem: google - já vi também lá na Aldeota!)

Oi Alice!

Olha...é tanta coisa que eu nem sei por onde começar. Aqui em Fortaleza - uma cidade linda, como você bem sabe - as coisas não vão nada bem. É uma sensação de insegurança, um descaso sabe?! Desanima.dor. Sabe quando você evita até sair pra alguns lugares pensando em evitar alguma tensão? Esse ano, já tivemos  dois grandes sustos. O primeiro foi o arrombamento do Curumim (meu carro, o substituto do Sancho) lá em frente a faculdade, em plena manhã linda de sol de uma segunda feira movimentadíssima. Dois meses depois, em outra segunda feira, minha mãe chegou em casa e se deparou com uma invasão ao apartamento onde levaram várias coisas. Fui a delegacia e lá fico observando e percebendo todo o descaso e todo o problema político-educacional-estrutural-ideológico-econômico que faz com que o sistema funcione. Fico grata por não ter sido nada tão grave e estarmos todos bem. Fico triste ao pensar nas inúmeras pessoas que perdem a vida sem motivo e de que quem fica não tem a quem recorrer. Tem outra coisa muito grave acontecendo também, Alice. Há dois meses estou sem aulas na graduação (em pleno oitavo semestre!). Meu diploma lindo e tão esperado era pra ter vindo em junho desse ano. Já estamos em agosto e não há previsão. É a maior greve das universidades federais da história e o governo não dá retorno e coisas absurdas acontecem e nada acontece. Pra fechar esse muro das lamentações (apesar de tantas, tantas outras coisas) te conto que esse ano tem eleições pra prefeitura dessa cidade - que já foi bela e anda tão maltratada. Os candidatos - um mais bizarro do que o outro - lançam propostas absurdas: ar-condicionado em todas as paradas de ônibus, 5 mil reais como salário para professores, construção de trilhares de casas para população...Gente...e aí? Qual o rumo da cidade que não tem a menor estrutura e vai receber a Copa daqui a dois anos??? E ainda tem um pequeno "detalhe": ninguém fala sobre cultura. É triste e preocupante. 
Por aqui a gente segue. A gente sempre segue.

e meu beijo,
mônica.