quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

fragmentos de um dia azul.

[imagem: um dia azul - julho de 2 mil e oito]

Hoje saí por aí com outros olhos, distraída para o explícito e atenta aos detalhes, avessos, costuras da cidade que transpassa, que muitas vezes me atravessa.
O dia estava estranhamente teatral. Desde um motorista que deixa o seu ônibus (lotado) esperando por conta de um possível mal-estar e os passageiros que saem em sua busca aos berros e risos, até carro com vários manequins de pernas foras da janela. [lembrar de sempre levar a câmera pro mundo!]

No meio do sol escaldante, promoções, camelôs e produtos de natal, uma jovem resolveu que acreditaria novamente no rapaz e selou seu afeto num beijo demorado (mas não desgrudou das sacolas).

Os coloridos dos vitrais da Catedral estavam tão bonitos, resplandescentes. Constraste com seu imenso cinza. Na calçada seguinte, 3 mulheres e 7 crianças pediam dinheiro. E as sacolas continuam passando, passando...

Tantas gentes, tantos humores, amores, desejos espalhados no mundo. Olhei pra fora e pude ver mais por dentro. Tão grande e tão pequeno é ser humano.

Os fragmentos do dia azul terminam com cheiro de sândalo e as vontades mais calmas dentro do peito. Tem por aqui desejo e promessa de mar.

6 comentários:

gloria disse...

que belo!estamos em sintonia. os meus últimos escritos sáo cadenciados também por esse ritmo acelerado da cidade, nós que poetizamos o que vemos somos tomadas por esse frenesi, que deslizam em palavras. que bom te ler! bjs

Ígor Andrade disse...

Eu gosto do dia azul que lembro agora. Fotos lindas, no seu blog.
Abraço!

Aline Lima disse...

Eiiii imaginando tu doida pra fotografar as pernas dos manequins! ihihihihihihh.

Ah... inconformada! Beijos de amor [pra cena ficar maos holiwoodiana] tem que largar as sacolas e o pudor no chão né?

Tá lindo teu blog miguxa!
=oD

Tainá Facó disse...

Ah, que bonito!


;*

Ana Valeska Maia disse...

Monicatt passeando com seu olhar de artista..., que lindo!

Vinicius disse...

Mônica que bonito, eu gostei. O final me pareceu a(mar), o desejo. As pessoas só querem amar e serem amadas, elas só não sabem como. Você tocou no azul do céu e o trouxe pras linhas. Gosto muito do azul. :)

Abraço,

R.Vinicius