sexta-feira, 22 de maio de 2009

é fogo.

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Naquela tarde em que o sol insistia em se esconder por trás de nuvens ainda cinzas, Alice resolveu dar um descanso pra sua cabeça, que tentava vezes por vezes pôr ordem naquele ritmo desenfreado de pensamentos que brotavam de todas as direções. Caminhando com os pés bem firmes e fundos na areia da praia, ia deixando sua marca e não olhava para trás. Alice não mais pensava. Sentia. Sentia cada brisa que passava por ela como um carinho dos céus. Ela sabia que terra, ar, fogo e água estavam ali, elementos que dividiam e multiplicavam-se em todas sensações. Ouviu uma voz lhe dizer: - Moça bonita, dos olhos cor de mel, olha pra cima para o céu e se deixa sossegar. Dá-me tua mão para tua linha da vida eu olhar! A cigana tinha uma voz doce, cheia de melodia que fez Alice se entregar. - Ô cigana que andas pelo mundo, me diz assim, por que viver é algo tão profundo? A cigana apenas olhava para suas linhas, ia percorrendo seus traços e lhe respondeu em silêncio... - Menina, não esperes mais. Ande, viva. O dia é agora e o sol sempre nasce, mesmo que você não veja. Caminha e vê que em tudo fica uma marca. A profundidade só você pode medir. E Alice esquece o cansaço, o espaço. E segue.

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[no meio do ritmo das tempestades. afinal, quem tá na chuva é pra se molhar. vamos que vamos que vamos. amém!]

2 comentários:

Anônimo disse...

MÓNICA: las gitanas piden las manos para leer las líneas de la vida. Pero sólo la vida dice lo que esas líneas esconden.
Y sí, el que está en la lluvia...¡es para mojarse!
Beijos poetisa
Rodolfo

Ana Valeska Maia disse...

Que lindo texto Monicatt.
Estamos sim, no movimentos das linhas e no saldo das marcas.
Que saia uma boa gravura, menina-artista.
Bj.